As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) foram inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC). Faz 16 anos que essas práticas foram sendo reconhecidas e ofertadas no SUS ao longo do período de 2006 a 2018. As PICS são tratamentos terapêuticos baseados no conhecimento tradicional de diferentes culturas que pode complementar tratamentos tradicionais da medicina ocidental.
O SUS oferece um total de 29 modalidades de forma integral e gratuita a população, sendo uma delas a aromaterapia e as demais são: Medicina Tradicional Chinesa – Acunpuntura, Homeopatia, Fitoterapia, Antroposofia, termalismo, arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, refloxoterapia, reike, shantala, terapia comunitária integrativa, Yoga, apiterapia, bioenergética, constelação familiar, cromaterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais.
Quando praticadas, as PICS podem auxiliar no autoconhecimento e no cuidado integral do ser humano, quer dizer, corpo, mente e emocional. Vale ressaltar que as doenças não se manifestam só no nosso corpo, mas também em nossas relações com familiares, amigos, colegas de trabalho e até com o meio ambiente. Por exemplo, durante a pandemia tivemos que nos afastar do convívio social e essa mudança de comportamento afetou não só nosso corpo, uma vez que tivemos que mudar nossa rotina de exercícios diários, mas também nossa mente e nosso emocional, pois tivemos que passar muito tempo sozinhos, dentro de nossas casas o que afetou nossa saúde psicológica.
Uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), em parceria com o ObservaPICS/Fiocruz e a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase) fez um levantamento, em 2020, no Brasil sobre a procura e a prática das modalidades das PICS frente a Pandemia de Covid-19. Os resultados da pesquisa intitulada PICCovid: Uso de Práticas Integrativas e Complementares no contexto da Covid-19, mostraram por região quais práticas foram mais utilizadas, de acordo com a resposta do entrevistado. No Centro Oeste 71% dos entrevistados citaram praticar alguma modalidade das PICS, no Sudeste 63,4%, no Norte 52,3% e no Nordeste 45,6%.
O uso da aromaterapia foi citada em três regiões, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, ficando na quarta posição do ranking das práticas mais citadas. As modalidades que apareceram em todas as regiões foram meditação e o uso de plantas medicinais. Os pesquisadores concluíram que a procura e a prática aumentaram quando compararam com dados de levantamentos anteriores, e atribuem esse resultado ao momento de isolamento social que levou as pessoas a buscarem suporte terapêutico para o autocuidado e alívio do estresse e ansiedade gerados nesse momento(5).
Portanto, conhecer e praticar algum tratamento terapêutico ofertado pelas PICS pode auxiliar na promoção da saúde e na melhora da qualidade de vida. Muitas das práticas promovem o autocuidado, a interação e integração social dos participantes. Além disso, contribuem para a prevenção de doenças e podem auxiliar no controle de doenças crônicas quando utilizadas como um complemento ao tratamento da medicina tradicional, de acordo com cada caso.
As PICS já são ofertadas em 77% dos municípios brasileiros e estão disponíveis em todas as capitais. Segundo dados do relatório de monitoramento das PICS no Brasil de 2017, 2018 e parciais de 2019, 90% das PICS estiveram presentes no serviço de saúde do SUS, na Atenção Primária da Saúde (APS).